A Escola Superior da Magistratura do Maranhão (ESMAM), em parceria com o Núcleo Estadual de Justiça Restaurativa do Tribunal de Justiça (Nejur-TJMA), conclui, nesta sexta-feira (6/12), a primeira fase do Curso de Facilitadores(as) em Círculos de Justiça Restaurativa e Construção de Paz. A iniciativa visa preparar moderadores(as) que atuarão como integrantes das redes locais de apoio para a implantação e desenvolvimento das práticas restaurativas nos municípios, dentro e fora do sistema de justiça, sob a coordenação do Núcleo.
A formação é ofertada em parceria com o Instituto Terre des Hommes Lausanne (TdH Brasil) - organização referência internacional no acolhimento de crianças e adolescentes através de ações protagonizadas pelas metodologias restaurativas, cuja sede global está em Lausanne, na Suíça.
Além de servidores e servidoras do TJMA, participam do treinamento a desembargadora Maria da Graça Peres Soares Amorim (presidente do Nejur-TJMA e integrante do Núcleo Especializado de Atenção às Vítimas de Crimes e Atos Infracionais), a juíza Larissa Rodrigues Tupinambá Castro (coordenadora do Nejur-TJMA) e os juízes Rommel Cruz Viegas (titular da 8ª Vara Criminal - crimes praticados contra crianças e adolescentes) e Celso Serafim Júnior (Comarca de Itapecuru-Mirim).
JUSTIÇA RESTAURATIVA
Para alcançar a certificação, é necessário cursar 100 horas-aula, com atividades presenciais, teoria e práticas vivenciais (40 horas), supervisões virtuais na plataforma EAD-ESMAM (10 horas) e a realização de, no mínimo, dez círculos de construção de paz (50 horas), sob a condução do instrutor Antonio Renato Gonçalves Pedrosa, presidente do Instituto Terre des Hommes Brasil.
Pedrosa (na foto abaixo) explica que a metodologia dos “círculos de construção de paz” contribui para resolução e redução de atos infracionais ou conflitos familiares, favorecendo a desjudicialização de casos que não precisam, necessariamente, ser acionados judicialmente. “Os círculos de construção de paz têm um sentido comunitário, pois envolvem outras pessoas no processo. Outro diferencial é que a metodologia tem foco nas vítimas, o que nem sempre está ao alcance do sistema de justiça. A abordagem considera a perspectiva de quem sofreu o dano, suas necessidades, sentimentos, para promover a gestão do conflito”, destaca.
Nas escolas, acrescenta o formador, os círculos estão sendo bastante utilizados, para construir valores de respeito, colaboração e contribuição coletiva, pacificação e prevenção do conflito, por trazer técnicas que levam a dialogar sobre temas sensíveis, como bullying, drogas e sexualidade.
FORMAÇÃO
Para efetivar o desenvolvimento da Justiça Restaurativa (JR) como política pública, o TJMA, por meio do Nejur, segue a Resolução 225 do CNJ, expandindo o paradigma restaurativo para os mais diversos eixos, a exemplo da execução penal, direito criminal, conflitos de família, vizinhança e violência de gênero, além da infância e juventude.
As equipes treinadas poderão atuar tanto nos núcleos do TJMA como também nas comunidades e redes de ensino, com atividades práticas de fortalecimento de vínculos e construção de sentido na comunidade e na socioeducação para a resolução de conflitos (preventivos e reparatórios).
Nos últimos dois anos, a ESMAM, em parceria com o Nejur, promoveu três turmas de formação de facilitadores, dois cursos básicos, dois encontros e três capacitações autoinstrucionais em Justiça Restaurativa.
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