Poder Judiciário/Mídias/Notícias

Divisão Odontológica do TJMA fala sobre bruxismo e Covid-19

Edição de dezembro da campanha Dicas de Saúde Bucal traz alerta do odontólogo Estevam Lula de que a pandemia do novo coronavírus teve efeito sobre essa e outras enfermidades

04/12/2020
Paulo Lafene

A relação entre o bruxismo e a pandemia da Covid-19 é o tema da campanha Dicas de Saúde Bucal, elaborada pela Divisão Odontológica do Tribunal de Justiça do Maranhão, na edição deste mês de dezembro. O odontólogo Estevam Carlos Lula explica como esta condição que causa fricção ou atrito dos dentes tem sido afetada pela pandemia.

Como forma de compartilhar informações e dicas de saúde para a população em geral, não apenas para servidores e magistrados do Poder Judiciário, o TJMA tomou a iniciativa de divulgar, no site da instituição e em suas redes sociais, campanhas criadas pelas divisões de sua Coordenadoria de Serviço Médico, Odontológico e Psicossocial. A Divisão Odontológica é chefiada pelo odontólogo Rafael Silva Santos.

Desta vez, o odontólogo Estevam Lula alerta que a pandemia do novo coronavírus teve efeito sobre diversas enfermidades, boa parte delas agravadas pelo estresse e ansiedade deste período. Conta que o bruxismo é claramente exacerbado por esses fatores psicológicos.

O odontólogo explica que o termo bruxismo vem do grego “bruchein” e significa apertamento, fricção ou atrito dos dentes. Segundo ele, pode ser dividido em bruxismo do sono, que é caracterizado por movimentos involuntários da musculatura da mastigação enquanto o indivíduo dorme, e bruxismo diurno, que é uma atividade semiconsciente.

“Os cirurgiões-dentistas da Divisão Odontológica do Tribunal de Justiça já vinham observando aumento da frequência de pacientes adultos com queixas de bruxismo, mesmo antes da pandemia. No geral, são situações de desgastes dentários, dores na musculatura facial, dificuldade de abertura bucal, fratura frequente de restaurações, sobrecarga em próteses e implantes dentários. A tendência é que a procura siga crescendo. E não estamos isolados nesta situação”, esclarece Estevam Lula.

Para se ter uma ideia de que a relação entre bruxismo e pandemia tem alcance global, o odontólogo informa que a empresa Google registrou aumento de 89% na busca pelo termo “bruxismo”, em agosto deste ano, em comparação com dezembro de 2019. 

“É importante notar que a maioria das pessoas range os dentes em determinado grau. Estudos epidemiológicos atestam que o bruxismo do sono é mais comum dos 30 aos 60 anos e atinge de 4 a 31% da população, sendo que determinados grupos como os militares, que são submetidos a maior carga de estresse emocional, podem ter até 50% dos indivíduos afetados”, avisa Estevam Lula.

De acordo com ele, além dos fatores psicológicos, o uso de estimulantes como café, álcool e drogas, bem como medicamentos de uso controlado, estão associados à piora nos episódios de bruxismo.

O odontólogo informa que o tratamento do bruxismo visa o controle dos episódios, mas não existe cura. De maneira geral, busca-se proteger os dentes e articulação com placa de mordida, reduzir temporariamente a intensidade das contrações musculares com o uso da toxina botulínica, controlar o estresse inclusive com tratamento psicológico, manter hábitos de vida saudáveis e realizar a chamada “higiene do sono”, evitando-se estimulantes e uso de telas próximo ao horário de dormir, acrescenta ele.

Estevam Lula diz que, atualmente, existem aplicativos para celular que emitem alertas para auxiliar o paciente a tomar ciência de que está realizando o bruxismo diurno, hábito muito comum ao se dirigir, trabalhar em frente ao computador ou mesmo assistir televisão. Após o alerta, a pessoa é estimulada a desencostar os dentes e massagear a musculatura, reduzindo a possibilidade de surgir dores na face e dores de cabeça.

O odontólogo do TJMA finaliza dizendo que, sendo o bruxismo uma doença crônica com episódios de piora, é sempre importante uma avaliação de um cirurgião-dentista. 

“Ao contrário do senso comum, que associa bruxismo com encaixe entre as arcadas dentárias, o profissional mais indicado para uma avaliação não seria o ortodontista, mas o especialista em Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial, especialidade reconhecida pelo Conselho Federal de Odontologia”, conta Estevam Lula.

CARTILHA 

A Divisão Odontológica do Tribunal de Justiça do Maranhão também elaborou uma cartilha, com normas de funcionamento, biossegurança e adequações em tempos de Covid-19. Leia AQUI, ou no arquivo abaixo, todo o conteúdo sobre algumas mudanças nas rotinas de atendimento, necessárias como medidas de prevenção.

Agência TJMA de Notícias
asscom@tjma.jus.br

GALERIA DE FOTOS

DOWNLOADS