A saúde mental é definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um estado de bem-estar mental, relacionado à capacidade da pessoa de lidar com os momentos estressantes da vida, desenvolver suas habilidades, aprender coisas novas, trabalhar produtivamente e contribuir, assim, para a melhoria de sua comunidade.
A psicóloga Tatiana Carvalho, da Divisão Psicossocial Tribunal de Justiça do Maranhão, explica que ter uma boa saúde mental não significa estar completamente satisfeito(a) com a vida ou esbanjando felicidade.
“É possível que a pessoa esteja enfrentando circunstâncias muito difíceis, tristes ou desafiadoras e, ainda assim, mostrar-se capaz de enfrentá-las com atitudes afirmativas da vida, mantendo seu bem-estar mental”, afirma a profissional.
Mas como fazer esse enfrentamento sem se desesperar ou adoecer mentalmente? Segundo ela, o sentido da vida é um importante fator de proteção nessas ocasiões, pois quem tem um “para quê” viver, é capaz de suportar quase todo e qualquer “como”, como dizia o filósofo Nietzsche.
Tatiana Carvalho lembra que tal ideia foi bastante difundida pelo psiquiatra vienense Viktor Frankl, sobrevivente do Holocausto. Ele constatou que o ser humano é um ser em busca de sentido e que encontrar sentidos na vida é uma força motivadora que capacita a pessoa a se elevar acima do sofrimento, adotando atitudes que realizam o sentido do momento e favorecem sua saúde mental.
A psicóloga relata que é importante, porém, atentar que são diversos os fatores que contribuem para a promoção da saúde mental, e isso inclui aspectos biológicos, psicológicos, sociais, econômicos, culturais e, não menos importantes, os aspectos existenciais, relacionados ao sentido da vida.
“Trata-se, portanto, de um fenômeno multidimensional. Dessa forma, há diversos caminhos a serem trilhados para a promoção da saúde mental, tanto nos âmbitos social, institucional como também individual. Trata-se de uma responsabilidade de todos criar contextos, relações sociais e práticas cotidianas favoráveis à saúde mental”, destaca.
Entretanto, a profissional diz que encontrar o sentido da própria vida requer uma disposição pessoal para ouvir a voz da consciência e, assim, descobrir os valores que iluminam sua existência, as tarefas significativas às quais vale a pena se dedicar, as pessoas amadas a quem se doar. E esse movimento, de ir além de si mesmo, gera uma tensão saudável fundamental para a manutenção da saúde mental, mesmo em situações desafiadoras.
“O ser humano não se realiza fechado em si mesmo, mas, sim, em abertura para o mundo, onde pode encontrar inúmeras possibilidades de realização de valores e descoberta de sentidos a serem vividos”, acrescenta a psicóloga.
De acordo com ela, embora essa seja uma descoberta pessoal, não precisa ser solitária. Muitas vezes, é necessário contar com a ajuda de outras pessoas para encontrar uma direção na vida que faça real sentido. E essa ajuda pode vir de pessoas próximas ou mesmo de profissionais de saúde mental, como psicólogos(as) e psiquiatras.
“Tais profissionais se tornam indispensáveis quando há sinais de intenso sofrimento psíquico e adoecimento mental. Portanto, se precisar, peça ajuda”, aconselha a psicóloga, que encerra com uma citação do psiquiatra Viktor Frankl.
“Se você não sabe qual é sua missão na vida, já tem uma: encontrá-la” (Viktor Frankl).
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