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CGJ conhece experiência de reciclagem premiada em Coroatá

LOGÍSTICA REVERSA

14/06/2022
Márcio Rodrigo

A Corregedoria Geral da Justiça – CGJ/MA visitou nesta segunda-feira, 13, a Cooperativa de Reciclagem de Coroatá – COOPEMAR. A ação fez parte das atividades do I Seminário de Gestão Ambiental da cooperativa, com o tema: “Educação Ambiental com sabedoria é garantir o direito das futuras gerações”.

Na visita, guiada pela presidente da COOPEMAR e secretária municipal de Meio Ambiente, Marilena Vieira, os juízes da Corregedoria conheceram toda logística de funcionamento da cooperativa: recolhimento dos resíduos sólidos, por meio de um caminhão alugado e do trabalho dos agentes ambientais na cidade; separação (triagem) por tipo de resíduo; limpeza; prensa; e venda para as indústrias de reciclagem.

Participaram da visita o juiz Talvick Freitas, auxiliar da CGJ e responsável pelo tema Meio Ambiente; a juíza Tereza Nina, coordenadora de Planejamento Estratégico da CGJ; o juiz Douglas de Melo Martins, titular da Vara de Interesses Difusos e Coletivos e atualmente coordenador da Unidade de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário; o presidente do Tribunal de Contas do Estado – TCE, Washington Luiz; a secretária de Estado do Meio Ambiente, Raysa Maciel; e José Wilma Rezende, presidente Câmara Municipal de Timon, que também conheceram o funcionamento da cooperativa.

Segundo Marilena Vieira, a COOPEMAR foi fundada há quatro anos, desenvolve suas atividades em um galpão cedido pelo Município de Coroatá, e retirou, desde que começou seus trabalhos, 25 famílias dos lixões da cidade. “Atualmente 127 famílias trabalham na cooperativa, muitas delas com carteira assinada e daqui retiram seu sustento e dignidade, fato que representa um impacto social muito positivo na vida dessas pessoas e para o município”, ressaltou.

Segundo o juiz Douglas Martins, o poder de negociação na venda dos resíduos para as indústrias de reciclagem de todo o país é um dos benefícios que a cooperação apresenta. “A cooperativa de Coroatá conseguiu tal organização em sua logística, que hoje negocia e vende o valor/quilo dos seus resíduos a 2 ou 3 reais a mais do que praticava antes”, comemorou.

Juiz Douglas Martins destaca o valor dos resíduos vendidos pela cooperativa.

De acordo com a presidente da cooperativa, tal negociação beneficia diretamente as famílias, que conseguem ter uma renda melhor ao final de cada mês. “Fechamos parceria com a empresa FC Oliveira, aqui de Codó; mas também vendemos para todo o Brasil, a exemplo das indústrias de reciclagem de Goiás que vem até Coroatá buscar nossos produtos”, afirmou.

O juiz Talvick Freitas parabenizou a COOPEMAR pelo excelente trabalho de logística reserva desenvolvido em Coroatá. “Iniciativas dessa natureza devem ser propagadas para todo o Maranhão, tendo em vista que Coroatá, com cerca de 75 mil habitantes, mostra que é possível fazer diferente, preservando a natureza com geração de emprego e renda”, frisou o magistrado.

RECONHECIMENTO

Durante a visita, as autoridades foram informadas que a COOPEMAR foi reconhecida e premiada pelo programa Recupera, da empresa Pragma Soluções Sustentáveis. Esse programa implementa ações de logística reversa de embalagens pós-consumo, por meio de investimentos, prioritariamente, em associações e cooperativas de catadores, colaborando para o cumprimento das metas de recuperação de materiais recicláveis do setor empresarial e com a ampliação dos índices de reciclagem no Brasil.

Segundo Rafaela Barbosa, técnica estadual do programa Recupera, a Cooperativa de Coroatá foi reconhecida pelo volume de resíduos reciclados em 2021, com 650 toneladas em apenas 12 meses. O Recupera já investiu mais de 2,25 milhões de reais e beneficiou 110 organizações, com 2.366 catadores e catadoras em 88 municípios de todos os estados da federação.

SEMINÁRIO

Juiz Talvick Freitas fala durante encerramento do Seminário de Gestão Ambiental em Coroatá.

À noite, os magistrados do Judiciário maranhense participaram do encerramento do I Seminário de Gestão Ambiental da Cooperativa. Durante sua fala, o juiz Talvick Freitas ressaltou as ações realizadas pela CGJ em prol do Meio Ambiente, que visam cumprir o Plano de Logística Sustentável do Poder Judiciário e da Agenda 2030 da ONU.

“Na última sexta feira (10) realizamos o descarte sustentável de 30 mil processos físicos, em abril foram descartados outros 90 mil processos. Todo esse material foi doado para a Cooperativa de Reciclagem de São Luís, que possui termo de cooperação com o Poder Judiciário para fazer a reciclagem desses processos. Por meio dessa cooperativa, cerca de 34 famílias têm emprego e renda”, ressaltou.

O magistrado disse ainda que o corregedor-geral da Justiça, desembargador Froz Sobrinho, deseja ampliar o número de parcerias com cooperativas no Estado. “Para isso as cooperativas precisam cumprir alguns requisitos para se qualificar e receber esse tipo de material, pois é necessário garantir o sigilo dos documentos, conforme exigido em lei”, destacou.

O juiz Douglas Martins ministrou palestra ao final do Seminário. Durante sua fala, ressaltou a necessidade da participação de todas as instituições governamentais e sociedade civil para o avanço da promoção e defesa do Meio Ambiente. O magistrado também lamentou o desaparecimento de Dom Philips (jornalista) e Bruno Pereira (indigenista) na região do Vale do Javari, Amazonas. “Até quando teremos que conviver com situações desse tipo, onde quem defende a natureza, o meio ambiente, é ameaçado e pode perder a própria vida?”, indagou.

O magistrado apresentou várias reflexões ao público, em sua maioria formado por alunos do Ensino Fundamental de Coroatá, para que ações em defesa e promoção do Meio Ambiente se tornem rotina e sejam defendidas por todos e todas.

Participaram do Seminário o juiz Duarte Henrique Ribeiro de Souza, titular da 2ª Vara e Diretor do Fórum de Coroatá; o ex-prefeito de Coroatá, Luiz da Amovelar; a vice-prefeita de Peritoró, Joana da Amovelar; vereador Júnior Buhatem, representando a Câmara Municipal de Coroatá; Daniel Holanda dos Santos, tenente da Polícia Militar - Batalhão do Meio Ambiente; Jowberth Alves, ex-secretário do Trabalho e Economia Solidária do Estado; e Maria José Castro, representando o Movimento de Catadores.

Assessoria de Comunicação

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